Ok, ok... Tentarei escrever sem sentimento...
Vamos falar de rodeios e de animais... E de biólogos e de seres humanos...
Talvez fosse o caso de começar dizendo que nós, biólogos (ou quase), devemos entender de forma diferenciada a forma como interagimos com outros seres vivos. Talvez fosse o caso de dizer que devemos ser mais empáticos com os cavalos que puxam as carroças, os touros que fazem o arado, os cães que levam o trenó e toda sorte de seres que realizam uma ou muitas tarefas em nosso lugar. Mas não... Definitivamente não é esse o caso. Por dois motivos muito fortes:
1) Ao invés de sermos os primeiros a dar o exemplo de uma relação "mais humana" com os animais preferimos andar de mãos dadas com situações que pouco ou nada têm haver com empatia - afinal, como falar sobre bem estar animal quando cria-se e replica-se em cativeiro gerações e gerações de coelhos e ratos para, sistematicamente, testar cosméticos em suas pupilas, novos fármacos em suas peles, operações em seus estômagos e teorias com seus cérebros?
2) Não caberia aos biólogos tal mudança de atitude, simplesmente porque não se trata de algo que possa ser aprendido na Universidade - "empatia", senhores, é algo que brota dentro de nós e cujo medrar é impulsionado por fatores que pouco conhecemos ou desconhecemos completamente.
E quanto esse sentimento não toma conta de nossa cega sociedade mais um macabro festival de rodeio se instale em nossa cidade. Replicamos, em 2011, um primitivo ritual de "sentar no touro amarrado" para ver quem consegue ficar determinado tempo em cima do animal ensandecido. Repito: primitivo ritual... PRIMITIVO!
Pra encerrar: uma discente de biologia disse-me recentemente que o ambiente em que cresce um peão de boiadeiro, por exemplo, suscita tais práticas e não enxerga nelas qualquer tipo de crueldade - trata-se de algo natural, cultural, até mesmo bonito de se ver. Bom... Pelo bem de nossos bichos, mudemos nossa realidade e a realidade deles.
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